quinta-feira, 16 de junho de 2011

“A dor muda as coisas, e dependendo de como você encara, te muda e te deixa mais forte.” (House)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Deixe-se capturar pela vida e viva intensamente...

Algures muito próximo, logo a seguir à esquina...

( A Ti...)






Num momento em que em voltavas a invadir o meu pensamento parei no seguinte texto... sabes que não acredito em "acasos" e reli.



"A morte não é nada ... Eu apenas fui para o quarto ao lado.Eu sou eu, e tu és tu. Seja o que for que tenhamos sido um para o outro continuamos a ser. Chama-me pelo meu nome de sempre, conversa comigo da forma espontânea que sempre usaste. Não uses um tom diferente, não faças um ar forçado de solenidade ou mágoa. Ri como sempre rimos das pequenas brincadeiras que nos divertiam aos dois. Brinca … ri … pensa em mim … reza por mim. Deixa o meu nome continuar a ser o nome familiar que sempre foi, deixa-o ser falado sem ênfase, sem qualquer sombra. A vida tem todo o significado que sempre teve. É a mesma que sempre foiNão houve nenhuma quebra de continuidade. O que é a morte além de um pequeno acidente? Porque deveria ficar fora do teu coração só porque estou fora da tua vista? Eu estou à tua espera, este é só um intervalo. Algures muito próximo, logo a seguir à esquina. Está tudo bem."









[Canon Henry Scott Holland]

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Vi....

Vi os olhos da lua numa noite sem lua; e


os dedos do sol num dia sem sol. Vi o seu

desenho inscrito nas nuvens do crepúsculo:

o rosto cego da lua, os braços apagados do

sol. Levei os dedos do sol aos olhos da lua,

e abri-os: num movimento de pálpebras,

o dia fez-se noite. E adivinhei a cor dos

teus olhos de lua com os meus dedos de sol.



Esperei por ti na confluência das nuvens

do poente. Vi-as descerem até ao mar com

seus ventres carregados de água; e vi o

dorso do mar subir até elas numa rebentação

de maré cheia. Ouvi o mar e o céu juntarem-se

num gemido de amor; e tapei os ouvidos ao

grito do orgasmo celeste, com o sangue da tarde.



Enganei-me nos caminhos que me levavam

ao céu; troquei as voltas que me traziam

ao mar. Sentei-me contigo na terra da noite,

sem lua nem sol; e o teu rosto de pálpebras

fechadas trouxe-me o sol, para que te abrisse

os olhos com os seus dedos de fogo. Entrei

no seu doce subterrâneo, longe da lua e do sol.



A tarde demorou-me nos teus braços,

até essa noite que encheu de sol os meus

dedos, e de luar os teus olhos.



Nuno Júdice

Bate-me...Bato-te...

                                            



Bate-me. Não quero, não posso. Peço-te que me batas com os olhos e me flageles com a boca. És doido não digas inconsequências. Tortura-me com as palavras do coração, castiga-me com a dureza dos actos que não são, mas peço-te... toma-me para ti, guarda-me e acolhe-me em teu regaço. Não quero, não posso. Peço-te que não mintas em palavras o que a tua alma te diz, não negues a vontade e o desejo; bate-me com a pele...manda o medo para um lado melhor que a tua casa. Não me entendes....não vês? Sabes que te vejo, que te sinto e pressinto os passos e os gestos e os olhares, não digas o contrário do que acreditas. Por isso peço-te: bate-me com os teus cabelos, faz-me perder nos desertos do teu corpo todo. É melhor não estar...é melhor eu ir....Não caminhes por onde os teus passos negam em caminhar...estou aqui agora, hoje , neste momento....Não me julgues...sabes que te quero, mas não assim. De que falas, de que foges? Estou hoje aqui, todo, inteiro, único, porque me pedes a eternidade? O sempre é o agora, pois quem te contou o destinos das vidas? É por isso, tu sabes...é-me difícil ter-te de forma simples. Quero-te mas tu assustas-me, não te posso ter....nunca soube o que é perder...Não me esgotes, peço-te...só quero que me batas com os pés de veludo dos amantes escondidos.




Bato-te com os beijos de polvo...consumo-te e castigo-te com o calor dos dias quentes, faço-te perder com as unhas da fera que me fazes ser...mato-te com as palavras secretas que não escreverei....



Sebastião Campos

Se não fosse amor....

Se não fosse amor, não haveria desejo, nem ciúmes, nem o medo da solidão...Se não fosse amor não haveria saudade, nem o meu pensamento o tempo todo em você.


Se não fosse amor eu já teria desistido...
 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

un homme...

C'est un homme qui a des habitudes, je pense à lui tout d'un coup, il doit venir relativement souvent dans cette chambre, c'est un homme qui doit faire beaucoup l'amour, c'est un homme qui a peur, il doit faire beaucoup l'amour contre la peur. Je lui ai dit que j'aime l'idée qu'il ait beaucoup de femmes, celle d'être parmi ces femmes, confondue. On se regarde. Il comprend ce que je viens de dire. Le regard altéré tout à coup, faux, pris dans le mal, la mort.




Marguerite Duras, L'Amant