sábado, 30 de janeiro de 2010

Alguém


Eu quero alguém para dividir
a poesia silenciosa da vida
abstrair do mundo a mais bela melodia
e cantar essa canção todos os dias

Eu quero alguém que me seduza
e transforme tudo a minha volta sem querer
que saiba entender minha revolta
sem ter a menor obrigação de me entender

E que tudo aconteça na mais imperfeita normalidade
numa mistura perfeita entre “pra sempre” e “de verdade”
Que tudo aconteça quando eu não souber de nada
Como se de um deserto a gente fizesse nossa estrada

Eu quero alguém que ria do meu medo
e me faça provar as coisas mais sem lógica
Alguém que não me dê certeza de uma vida boa
Que seja diferente de qualquer pessoa

Eu quero alguém inseguro, imaturo
que eu brigue por ser tão infantil
Alguém que me dê o mais vadio dos beijos
Que saia feito um louco na madrugada atrás dos meus mais impossíveis desejos

E nas noites de frio não me deixe mais frio
E nos dias de chuva seja meu sol
E em todas as vezes que eu me perguntar “por que eu?”
Me responda apenas que não existe explicação